Tucker Torpedo

Tucker Torpedo

Em 1988 Francis Ford Coppola realizou e George Lucas produziu, brilhantemente devo acrescentar, o filme Tucker: the man and his dream, relatando os factos que levaram ao aparecimento e desaparecimento do Tucker Torpedo, o mais promissor automóvel americano do após-guerra.

Preston Thomas Tucker era um visionário, um homem genuinamente à frente do seu tempo. 50 anos antes de as preocupações securitárias invadirem os profissionais da indústria, já Tucker se preocupava com o desempenho de um automóvel no caso de embate. E tinha outras certezas. O lugar do motor no carro era atrás, como afirmava também Ferdinand Porsche com a criação do seu Carocha. Decidiu então em 1945, com o fim da guerra, avançar para com a ideia de construir um carro novo para o povo americano.
 
Juntou-se com alguns dos melhores profissionais do ramo, engenheiros, designers, mecânicos, e apresentou ao publico pela imprensa em forma de ilustração um automóvel com um aspecto estranho mas decididamente à frente do seu tempo: 3 faróis dianteiros, luzes que viravam com o volante, travões de disco, habitáculo com zona de sobrevivência, cintos de segurança, vidros que saltavam em caso de embate, conversor automático de binário, injecção de combustível, e um sem número de outras inovações.
 
Mas a escassez de materiais e falta de cooperação dos 3 grandes de Detroit (General Motors, Ford e Chrysler) levaram a que Tucker fizesse muitos compromissos em relação ao seu projecto inicial. O protótipo inicial e partes de alguns dos modelos produzidos foram mesmo até feitos a partir de sucata...
 
Ainda assim o carrou ficou pronto para a apresentação em 1948 e a produção começou (Detroit foi a cidade escolhida para a produção do modelo, numa gigantesca fábrica que anteriormente produzia material de guerra). Mas não por muito tempo. Foram feitas apenas 51 unidades. Para financiar o estudo e a insdustrialização, angariar fundos foi necessário e a Securities and Exchange Comission do governo americano detectou aquilo que lhe pareciam ser irrgularidades. O processo chegou a tribunal, mas Tucker foi ilibado de todas as acusações.
 
Mas era já tarde e a produção do seu Torpedo, cujo motor de 6 cilindros opostos (boxer, como o Citroën 2CV, o VW Carocha ou mesmo os Alfa Romeo de alguns anos mais tarde) de fenomenal performance (155cv), estava já condenada, quer pela má publicidade que se gerou em torno do nome, pelos atrasos ou pela falência que se seguiu.
Hoje dos 51 modelos produzidos restam uns espantosos 47. Tidos como preciosidades, pelo que simbolizam e pela raridade, sempre que chegam a leilão atingem valores astronómicos: o modelo com o número de série 43 atingiu 700 mil dólares...