Citroën Traction Avant

Citroën Traction Avant

 

 

 

Em maio de 1934 André Citroën lançou o primeiro veículo de tração dianteira com carroceria de monobloco que tornou obsoleto todos os veículos da época. Seu nome era 7. A posição diferente de seus itens mecânicos permitiu um comportamento dinâmico nunca visto antes.

Citroën já estudava o modelo desde 1930 com o engenheiro André Lefèbre. O projeto se chamava PV (Petite Voiture), e também foi baseado nos carros de Grégoire e Adler que fizeram pequenos desportivos “puxados” pela parte dianteira. O problema destes veículos era a ordem de alinhamento dos elementos do motor e o espaço que ocupavam.  Como eram alinhados na ordem motor, embreagem, câmbio, diferencial (na extremidade dianteira), obrigavam o motor a recuar na parte interna do veículo.  Por estar muito recuado o motor não acionava suficientemente as rodas dianteiras, o que fazia os veículos terem baixa motricidade em fortes subidas ou pisos escorregadios.

O Traciton Avant possuía uma disposição de transmissão que permitia a posição correta da motorização, sem prejudicar o espaço interno. Pela primeira vez o câmbio se localizava à frente do eixo das rodas dianteiras levando o motor na posição sobre as rodas, e não mais no habitáculo do veículo. Também foi o primeiro automóvel de grande séria com carroceria monobloco (uma só peça), o que a fazia muito mais rígida. Suas rodas dianteiras independentes possuíam barras de torção, um equipamento nada comum na época, e seu centro gravitacional era muito baixo. Com isso tudo, sua qualidade de aderência se tornou um marco na história dos automóveis.

A preocupação com o design fez André contratar o escultor italiano Flamino Bertoni em 1932, para unir as vantagens técnicas com uma carroceria incomum.
O motor utilizava uma distribuição por válvulas na cabeça, uma caixa de 3 velocidades sincronizadas, uma suspensão anterior e posterior com barra de torção, freios a comando hidráulico e tambor sobre as quatro rodas e, ao início do modelo, um sistema de direção a parafuso sem fim globoidal e cilindro de direção a cremalheira (a partir de 1936).

Fabricado por 23 anos (maio de 1934 a julho de 1957)  seu modelos original, o 7, atingiu rapidamente a marca de 300 veículos por dia.
Três versões foram comercializadas: a 7A de 1.303 cm³ de cilindrada, desenvolvendo 32cv; a 7B de 1.529 cm³ e 35 cv; e o 7 Sport de 1.911 cm³ e 46cv. Desde o lançamento o carro era encontrado nas carrocerias Berlina (17.700 Francos), Faux Cabriolet (18.700 Francos) e Cabriolet Roadster (18.700 Francos).

A partir do Salão de Paris de 1934 a proporção comercial do modelo estrutura-se, com aumento da gama. O 11 aparece em versão ligeira, com uma carroceria mais larga e mais longa em versão Berline e Familiare. Mas no mesmo Salão, um outro Traction é igualmente apresentado em três carrocerias diferentes: Roadster, Berline e Familiare:   o Célere 22 com um motor Citroën V8 que atingia 140 km/h. Ele não foi comercializado, apesar das intenções de Citroën (com catálogos impressos e os preços anunciados.

Mesmo com o sucesso e a aumento constante da produção, em 1938 uma nova grande versão do Tractio é lançada no Paris Motor Show, o 15 Six. Apelidado de “Rainha da Estrada” (La Traction). Com algumas modificações em conforto e apresentação dele deriva o 11B.

Com um espaço interno diferenciado, possui mais espaço entre assentos dianteiros e traseiros.  Com um motor de 2.867 cm³, ele desenvolve 77 cv reais a 3.800 tr/mn, atingindo uma velocidade máxima de 130 km/h. Como seu motor roda à esquerda seu nome ficou 15 SixG (gauche em francês significa esquerda). Com as carrocerias Familiare 6 vidros e Berline, tinha uma versão Cabriolet prevista, mas a declaração da guerra suspendeu o projeto. Alguns cabriolets pertencem a alguns colecionadores, mas não se pode de forma alguma precisar a origem.

Com a declaração de guerra a produção foi diminuindo entre os anos de 1940 e 1941, até cessar totalmente, que é retomada a partir de 1945 com o 11 e o 15 Six, no início de 1946.

Em outubro de 1946, durante o Salão de Paris, a Citroën apresenta três modelos de Traction que até 1953 serão o carro chefe da gama: 11 Légère (11BL), Normale (11B), e 15 Six. O 15 Six se tornará, em maio de 1947, o 15 Six D, com a integração de uma nova caixa de velocidades e permitindo o motor girar à direita.
Os modelos de 1953 (junho de 1952) são dotados de bagageiro aparente. Alguns raros modelos sem bagageiro foram, equipados de sinalização de mudança de direção.

A versão Familiare 6 Vidros é retomada em 1954 no Traction  “11” e “’5”. No mês de maio de 1954 (exatamente 20 anos após o lançamento comercial do Traction) o 15 Six ganha a inovação que revolucionou o mundo do automóvel: a suspensão traseira hidropneumática de alta pressão, que mantém a altura do veículo constante independente da carga transportada, assegurando também, grande conforto. Ela prepara o sistema revolucionário que equipará o futuro DS. 

A produção do Traction foi interrompida em julho de 1957, 23 anos após seu lançamento.