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Jaguar XK 120
Jaguar XK120 em Jabbeke – 1949
Na verdade o XK 120 veio nos anos 50 para dar uma nova visão do conceito de carro esportivo de litragem alta. Dizem que este carro globalizou a marca Jaguar, sustentando-a durante todo o século XX e atingindo o século XXI. Curiosamente, a criação do XK ocorreu pela ordem inversa – a idéia surgiu com um motor e depois, resolveram criar um chassis e carroceria – para abrigar este coração que modificou a idéia de motores no mundo todo.
A fábrica da SS (nome da Jaguar antes da II Grande Guerra), produzia sidecars e alguns carros (dentre eles o famoso SS 100), e durante a guerra produzia materiais bélicos. Por isso os raids de bombardeios alemães, eram dirigidos para esta região de Coventry. Nesta época começou a se pensar num novo motor para equipar um carro diferente. Quem pensava nisso? Lyons, Heynes, Hassan e Claude Baily – estes caras queriam colocar no mercado um carro espetacular. O pós-guerra teve uma falta de aço e o governo inglês criou a política “Exportar ou Morrer”, então a agora Jaguar Cars, iniciou a exportação de seus carros pré-guerra de 1½, 2½ e 3½ litros (nesta mesma época, venderam a linha de sidecars).
Uma curiosidade ralizeira: A versão do SS 100 não foi produzida após a guerra, mas tinha-se sido armazenado um único exemplar, que não foi matriculado durante o evento bélico. Ficou conhecido pela matrícula que lhe foi atribuída – LNW 100 – e teve grande sucesso nos Rallyes Alpine e Tulip, sob o comando de Ian Appleyard – que teve uma história fantástica com o XK 120.
Em Setembro de 1948 a Jaguar anunciou o seu primeiro modelo pós-guerra – era o MK V, mas que não fez grande sucesso – era pesado e de difícil manobra, contudo, inovou na utilização de um novo sistema de suspensão dianteira independente, concebido por Heynes. Mas o motor…
Lyons tinha especificado que a potência desenvolvida pelo novo motor deveria igualar o do “Old Number 8″, com 160 cv. Os designers optaram por um motor de seis cilindros em linha, com uma cilindrada de 3.442cc ao qual chamaram de “XK”. Foi desenvolvido um novo chassis para ser a casa deste novo motor, contudo, faltava uma carroceria. Esta veio através das mãos de Willian Lyons, que a criou em simples 2 meses, para ser apresentada no Salão do Automóvel de Londres (Earl’s Court) de 1948 (aliás, dizem que a BMW para o modelo 328, copiou a carroceria do XK – outros dizem o inverso).
Este carro foi denominado XK 120: O nome tinha como fundamento a velocidade máxima atingida (120mph ou 190kph), que o tornou (na época) no veículo de produção mais veloz do mundo (na verdade a literatura admite que com o pouco tempo que tinham até a apresentação do Salão de Londres, haviam poucas opções de nomes – ficaram em dúvida sobre duas: “120″ ou “Big Cat” – optaram pela primeira – apesar que o povão não acreditava muito na velocidade anunciada). Este não era um veículo de competição adaptado para condução em estrada, custando na época apenas £998,00 (£1.298,00 com impostos). Bem menos que as banheiras V8 norte-americanas.
Como o povão falava que o Big Cat não atingia as decantadas 12omph (na verdade o XK 120 Standard desenvolvia 160cv SAE a 5000rpm, com numa performance de 188kph, atingia 400 metros em 18.3 segundos e, de 0 a 100 metros em 10 segundos!!! Isso porque, ele pesava 1.324,5 quilos – O XK120 SE tinha 180bhp, atingindo 193kph; o C-Type – XK140 tinha 210bhp, atingindo 215kph; o XK150 SE tinha 210bhp, atingindo 201kph; o XK150 S tinha 250bhp, atingindo 212kph; o XK150 3.8S tinha 265bhp, atingindo 212kph e o XK120 3.8S tinha 265, atingindo 225kph), a Jaguar fechou uma auto-estrada em Jabbeke, na Bélgica, onde na presença dos jornalistas, um XK120 de produção atingiu a velocidade máxima de 126mph, ou seja espantosos 202,8kph! Sem o para-brisas, conseguiu atingir a velocidade de 133mph (214kph – na verdade 213,4kph) e, como se isso não bastasse, o piloto (Ron “Soapy” Sutton, com um Jaguar com matrícula HKV 500), passou em frente dos jornalistas a 16kph em quarta marcha, demonstrando a grande capacidade do motor.
Depois disso… as encomendas chegaram a um ritmo de tal forma elevado que a Jaguar rapidamente se apercebeu que a produção inicialmente prevista de 200 veículos, não iria ser suficiente para satisfazer as encomendas (93% da produção foi exportada até 1953, principalmente para os EUA – o meu amigo Willian aqui em São Paulo, está fazendo uma lista detalhada dos XK que vieram para o Brasil, seu destino e se possível, a sua localização atual – ótimo trabalho, que será transformado em livro referência). As listas de espera engrossaram ainda mais após a primeira participação em competição do XK em Silverstone, numa prova do então Campeonato de “Production Sports Car”. Foram cedidos três veículos pela fábrica aos conhecidos pilotos Peter Walker, Leslie Johnson e Prince Bira (Príncipe do Sião). Só o Bira não terminou, para a tristeza do público gay (é o que dizem…), mas os outros terminaram em primeiro e segundo.
Em 1950 foi decidido levar três veículos a França, para participar nas famosas 24 Horas de Le Mans, apenas para determinar as suas capacidades de competição contra os concorrentes internacionais. Nenhum terminou a prova. Um dos seis XK especialmente preparados pela fábrica, tinha sido cedido a Tom Wisdom para utilização em competição. Ele, por sua vez, propôs que o veículo fosse conduzido por um piloto novo de grande potencial, que se destacou na famosa corrida Dundrod Tourist Trophy, no Ulster. A Jaguar não ficou muito entusiasmada com a idéia, dado que este piloto tinha a reputação de se arriscar excessivamente. Com alguma relutância, acabaram por concordar e, em condições muito difíceis, Stirling Moss tomou a liderança e conseguiu uma das vitórias mais importantes da sua carreira.
Com o mesmo motor, mas num corpinho de sedan, no Salão do Automóvel de Londres, de 1950 foi apresentado o Jaguar Mark VII de quatro portas e, mais uma vez, o design de Lyons foi a “estrela do Salão”. O sucesso deste carro veio do sucesso do XK. Os norte-americanos gostaram tanto do Mark VII, que a Jaguar recebeu algo em torno a 30 milhões de dólares de encomendas, nos meses que se seguiram ao seu lançamento. A procura foi de tal forma elevada que houve a necessidade de uma fábrica de maiores dimensões e a companhia mudou-se para as instalações em Browns Lane, Coventry, nos anos de 1951 e 1952.
Em 1951 foi igualmente adicionada uma nova versão à gama XK120 – a “Fixed Head Coupé”. A capacidade de percorrer longas distância do Fixed Head Coupé, foi amplamente demonstrada quando o veículo do próprio Bill Heynes foi conduzido até ao Montlhery Autodrome, nos arredores de Paris. Nesta pista, Stirling Moss e três outros pilotos conduziram o veículo durante sete dias e sete noites a uma velocidade média de 160kph. Incrível! Qualquer dia eu conto essa prova.